objetos com história
- arquitetura e decoração -

Farol de Busca

Comur, Rua da Prata, Lisboa

Tem origem na palavra grega Faros, o nome da ilha próxima da cidade de Alexandria, no Egito, onde em 280 a.C. foi erigido o mais célebre: o farol de Alexandria, cuja altura se calcula que fosse superior a 100 metros, e que é justamente considerado uma das sete maravilhas da Antiguidade. Durante séculos teve a distinção de ser uma das estruturas mais altas no mundo, mas foi danificado por diversos terramotos e o que dele restava desapareceu em finais do séc. XV. Na construção moderna de faróis teve um papel fundamental o inglês John Smeaton (1724-1792), quando aplicou um cimento à base de cal hidráulica para ligar os blocos de pedra, o que lhe permitiu criar estruturas maiores e mais resistentes aos impactos das ondas mais alterosas e violentas. 

Com a notável história marítima de Portugal e com uma extensa costa Atlântica, os faróis desempenharam sempre um papel importante na nossa cultura e na nossa História. Os portugueses encontram o seu caminho de regresso a casa a partir dos longínquos cantos do mundo desde há cerca de 600 anos, iluminados pela luz e protegidos pelo sinal emitido pelos faróis que povoam a terra firme que emerge do mar e que se fazem notar a uma longa distância.

Com olho de boi para concentrar o feixe luminoso aumentando o alcance e o poder de iluminação numa área mais extensa, este farol de busca (ou holofote, ou projetor – designações igualmente corretas) data do início do séc. XX e provém do desmantelamento de um paquete da Companhia Colonial de Navegação (CCN). Fabricado em bronze e
instalado na embarcação, esta peça servia para auxiliar a navegação noturna, atrair a atenção de outros navios e embarcações em situação de perigo e prestar ajuda na busca e resgate de náufragos ou objetos que caíam à água, durante a noite.