objetos com história
- arquitetura e decoração -
Máquina de lavar roupa
Museu da Cerveja
A Revolução Industrial trouxe uma transformação sem precedentes ao mundo moderno. Teve início na segunda metade do séc. XVIII quando a Inglaterra estava em franca expansão no desenvolvimento de rotas comerciais para a Índia, África e América e a população crescente era agora ávida de consumir os novos produtos, cada vez mais baratos, e em simultâneo constituía uma reserva de mão-de-obra disponível para o empreendedorismo florescente. As grandes reservas de ferro e de carvão mineral, principais matérias-primas utilizadas neste período, uma burguesia capitalizada e os vantajosos acordos comerciais estabelecidos com outros países, permitiram que a Grã-Bretanha tomasse a liderança no avanço tecnológico, económico e social, que se alastraria rapidamente ao resto do mundo, transformando métodos de produção artesanais em produção industrial por máquinas, a uma escala nunca vista.
Em 1691, muito antes da alavancagem proporcionada pela Revolução Industrial, foi registada a primeira patente inglesa daquilo que seria uma máquina de lavar, mas só quase um século depois, em 1782, foi emitida uma patente britânica para uma máquina de lavar de tambor rotativo, com uma bacia fechada, em cujo interior diversas pás misturavam e esfregavam os tecidos entre si.
A 1 de julho de 1899, Carl Miele e Reinhard Zinkann fundaram nas instalações de uma antiga serração, na Alemanha, a Zentrifugenfabrik Miele & Cie, uma empresa que se dedicava à produção de centrifugadoras de leite, a que se seguiu, logo em 1900, a máquina de manteiga. Usando o mesmo modo de funcionamento, desenvolveram uma máquina de lavar roupa em madeira de pinho e pés em ferro fundido com uma manivela que fazia girar o tambor, dentro do qual pás de madeira asseguravam a lavagem da roupa, aligeirando o trabalho de quem a operava. A partir de 1910, a Miele criou uma máquina com motor elétrico e desde então inovou nos seus equipamentos, tornando-se uma das mais prestigiadas marcas de eletrodomésticos na Europa. A caminho da modernidade, esta máquina figura no Museu da Cerveja como um símbolo do desenvolvimento científico e tecnológico da Revolução Industrial, uma era que catapultou também o fabrico e o consumo da cerveja. A descoberta de novos compostos químicos, a pasteurização e a criação de novos processos produtivos, a par de uma maior eficiência do uso da energia, permitiram fabricar uma bebida hoje largamente apreciada em todo o mundo.