objetos com história
- arquitetura e decoração -
Prensa
Museu da Cerveja, Lisboa
Originário de uma região vinícola do vale do Rio Reno e inspirado pela prensa de lagar com a qual estava naturalmente familiarizado, o alemão Johannes Gutenberg (ca. 1400-1468) foi o inventor da imprensa de tipos móveis metálicos. Tendo trabalhado como joalheiro, dominava com precisão a fundição do ouro e da prata e a construção minuciosa de moldes, o que lhe permitiu desenvolver os tipos móveis de chumbo – pequenas peças moldadas com letras em relevo, os quais eram agrupados para formar palavras, linhas, páginas e cadernos, após o que recebiam a tinta que depois passava para o papel por meio da pressão exercida por uma prensa manual.
A técnica de impressão já existia na China e no Japão desde o séc. VIII, com ideografia, usando uma técnica de impressão que gastava bastante tinta e usava blocos de madeira talhada que se desgastavam com relativa rapidez, o que diminuía a qualidade de impressão. Isso implicava a substituição frequente daqueles blocos laboriosamente esculpidos, fazendo com que todo o processo fosse muito dispendioso. Gutenberg queria não só assegurar a qualidade da impressão, mas também reduzir os custos das edições impressas, pelo que procurou formas de encurtar o processo de montagem dos textos e de reduzir os consumos de papel e de tinta, tendo-se dedicado a melhorar todas as etapas da edição. Em 1455, ao fim de cinco anos, concluiu finalmente o primeiro livro impresso pelos seus inovadores tipos móveis – a Bíblia, em latim, uma invenção por muitos considerada a mais influente do segundo milénio, como o objeto que deu início à revolução da imprensa e inaugurou a Idade Moderna.
Com a industrialização e a proliferação de cervejas no início do séc. XX surgiram as marcas, pautadas pela necessidade de se diferenciarem. A prensa manual, como a que faz parte do espaço lúdico do Museu da Cerveja de meados do séc. XX e fabricada pela Serralharia da Antiga Casa Encarnação, Sucrs., M. V. da Fonseca ofereceu à indústria cervejeira a possibilidade de imprimir rótulos com identidade própria que permitia às marcas contar uma história e despertar nas pessoas a vontade de experimentar novas sensações e sabores.