objetos com história
- cerâmica e azulejaria -

Coleção de chávenas

A Brasileira do Chiado, Lisboa

São 10 as chávenas históricas d’A Brasileira do Chiado em exposição no café. Nelas nasceu a “bica” pela mão de Adriano Telles, o fundador deste café histórico, uma expressão que resistiu ao tempo e se impôs no glossário dos cafés e na língua portuguesa.

Gastas pelo tempo e pelo uso, pelas muitas bicas que receberam e pelos milhares de anónimos que nelas sentiram o júbilo de um café, as chávenas escrevem também, nas páginas da História, os ilustres que com elas se terão deliciado: Fernando Pessoa, Almada Negreiros (que tanto apreciava a bica d’A Brasileira a ponto de João Franco, o mais icónico dos empregados do café, se ter deslocado propositadamente a Madrid para lhe servir uma bica!), Mário de Sá Carneiro ou Santa-Rita Pintor. Ou, anos mais tarde, Vasco Santana, que por entre a multidão, em sessões de autógrafos, ia saboreando a sua bica lisboeta à mesa d’A Brasileira. Ou ainda Beatriz Costa, uma das primeiras mulheres a frequentar o café, nas vezes em que trocou a limonada, de que tanto gostava, por uma bica. O que lhes confere real valor é o deleite que tantas vezes terão proporcionado e que o desgaste das chávenas evidencia.

Monocromáticas nalguns casos, coloridas noutros, com ou sem filado de ouro, de design mais ou menos delicado e com ou sem a imagem do mítico “velhote” emoldurado na fachada d’A Brasileira, estas chávenas compõem uma coleção única e irrepetível. Porque se é verdade que a História se repete, os momentos, esses, são originais e exclusivos do seu tempo.