A população portuguesa foi sempre maioritariamente católica, uma convicção que herdámos do tempo do nascimento da nação. Os reis, clero, nobreza e povo confiavam em Deus o seu destino e a ele consagravam as conquistas do território, erguendo monumentos em sua homenagem, grande parte deles hoje classificados como património mundial. Essa fé, aliada a uma imensa coragem e a um fascínio pelo desconhecido, permitiram que Portugal partisse à descoberta de terras longínquas na tentativa de alargar o seu território e dar “novos mundos ao mundo”, numa epopeia que Camões tão majestosamente versejou n’Os Lusíadas.

Em 1500, a caravela de Pedro Álvares Cabral aportou em Vera Cruz com um oratório na bagagem, que acolhia a imagem de Nossa Senhora da Esperança, e que lhe terá servido para o apelo divino para que a viagem fosse bem-sucedida e ultrapassasse os perigos, dando início uma tradição que se enraizou localmente. Hoje é possível visitar em Minas Gerais, no Brasil, o Museu do Oratório que reúne 162 exemplares e 300 imagens do séc. XVII ao séc. XX, em múltiplas composições decorativas, características dos estilos do mobiliário das casas particulares de que fizeram parte.

Este oratório do séc. XIX é a digna morada de outra obra maior da poesia portuguesa, Mensagem, aqui ainda mais especial por se tratar de uma rara primeira edição. Da autoria de Fernando Pessoa, a obra-prima da poesia portuguesa retrata o glorioso passado de Portugal tentando encontrar um sentido para a grandeza dos feitos portugueses na época dos Descobrimentos, glorificando o seu valor simbólico e acreditando que o revivalismo das suas palavras trará à nação a glória de outrora. E foi precisamente ao verso “É a voz da terra ansiando pelo mar”, do poema D. Dinis que faz parte desta obra literária, que a Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau foi buscar a inspiração, como forma de aproximar o litoral do interior, celebrando dois ícones da gastronomia portuguesa: o pastel de bacalhau e o queijo Serra da Estrela DOP.