objetos com história
- pintura -
A Ceia, Natureza morta com cálice e A Santa Ceia, de Branislav Mihajlovic
Museu do Pão, Seia
A Última Ceia foi a última refeição de Cristo. Ter-se-á passado em Jerusalém antes da sua crucificação, num local chamado “Cenáculo” no Monte Sião, fora das muralhas da cidade velha. Cristo dividiu a refeição com os seus doze apóstolos, na qual os preparou para a sua partida e anteviu a traição de que seria alvo, por parte de um deles – Judas, como viria a acontecer. O Pão, como o vinho, foi sacralizado na Última Ceia, como documenta a Bíblia no capítulo 22, versículo 19-20, de S. Lucas: “Depois pegou no pão, deu graças a Deus, partiu-o, e deu-o aos discípulos, dizendo: «Isto é o meu corpo que será entregue por vós. Fazei isto em memória de mim.» “
Inúmeras representações da Última Ceia remontam ao cristianismo primitivo e podem ser contempladas nas catacumbas de Roma, mas também na arte de Leonardo da Vinci, considerada a primeira obra do tema do período do alto Renascimento pela harmonia que exibe, na obra de Tintoretto, que inclui personagens secundárias que carregam os pratos da mesa ou na obra de Salvador Dali, que combina os típicos temas cristãos com abordagens modernas do surrealismo. A coleção de três quadros desta temática que o Museu do Pão exibe é da autoria de Branislav Mihajlovic, um artista plástico de origem sérvia, que combina a pintura a óleo com outros materiais alheios ao âmbito convencional da pintura para enriquecer e embelezar a sua obra de uma forma mais expressiva.
Seja em quadros vivos, recriações cinematográficas, pintura ou qualquer outra forma de arte, a Última Ceia, um dos temas mais vezes manifestado na arte cristã, ganhou vida no cardápio que a compôs, de que o pão sem fermento, de acordo com a tradição judaica, foi comido na forma de massa, fazendo dele um elemento incontornável na História da Humanidade.