30 junho 2020
A Brasileira do Chiado organiza um ciclo de debates sobre o futuro de Lisboa e apresenta os óculos de Fernando Pessoa
A Brasileira do Chiado será palco de eventos já a partir de julho, retomando a sua missão cultural e de ponto de encontro da cidade de Lisboa
Os óculos de Fernando Pessoa estarão em exibição permanente nA Brasileira do Chiado
Com 115 anos de história, o café A Brasileira é um espaço único na cidade de Lisboa, com uma herança cultural riquíssima e de importância nacional. A Brasileira é um dos mais antigos e um dos três únicos cafés de Lisboa que atravessaram todo o século XX e se mantêm abertos. Foi classificada, em 1997, como imóvel de interesse público pela Direção Geral do Património Cultural.
No ano em que se comemora o 132º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa, A Brasileira do Chiado presta homenagem ao mais universal dos poetas portugueses, através da apresentação pública dos óculos do poeta, cedidos pelo Museu do Pão, de cujo espólio fazem parte.
Os óculos passarão a ser exibidos no café A Brasileira, e este será mais um elo de ligação ao poeta, cuja estátua, amplamente fotografada, já perpetuava. O público terá assim um contacto mais próximo com um raro e curioso objeto muito pessoal do mestre da literatura – que definia a sua famosa imagem.
Debates sobre Lisboa a partir do dia 2
Já a 2 de julho A Brasileira retomará a sua missão de debate e pensamento, desta vez sobre a cidade de Lisboa. Sob o mote Lisboa de Volta – falar-se-á sobre o futuro da cidade depois do covid-19, que alterações a cidade irá sentir e a que mudanças assistiremos. Os debates serão curados pela jornalista Catarina Carvalho. O primeiro debate terá a presença do Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, no dia 2 de julho, às 18:00 e contará com um grupo de personalidades cuja vida e experiência liga à cidade.
Embora o debate decorra no espaço no Chiado, as normas de segurança e saúde impedem a presença do público que poderá assistir através da transmissão em direto no canal Sapo.pt e partilhado na página de Facebook da Brasileira, em https://www.facebook.com/AbrasileiraDoChiado. A presença da imprensa é possível, desde que organizada com antecedência.
Esta série de seis debates dedicados à cidade percorre as letras da palavra Lisboa inspirando-se nelas para os temas L- Lisboa, I-inovação, S-saúde, B-bicicletas, O-olissipo, A-artes. Os debates serão todas as quintas à tarde (e se as regras forem alteradas poderão passar a ter público, reavivando a tradição das tertúlias de café).
Da série de debates sairá um manifesto em seis ideias para uma (re)nova(da) cidade. Entre os próximos convidados contam-se o Alcaide de Pontevedra Miguel Anxo Lores, o Administrador da Gulbenkian e ex-comissário europeu, o historiador Rui Tavares e o imunologista Henrique Veiga Fernandes.
Num tributo ao passado, e reafirmando a sua história, A Brasileira devolve à cidade de Lisboa, a dinâmica cultural, homenageando as muitas tertúlias de intelectuais, artistas e escritores que aqui reuniam nomes como Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor e Mário de Sá Carneiro aos quais se juntava, precisamente, Fernando Pessoa. Além, claro, do café genuíno – não esquecendo que foi aqui que nasceu o termo “bica”. Um momento a não perder, no regresso à vida na cidade e aos eventos culturais n’A Brasileira do Chiado.
Sobre A Brasileira do Chiado
Inaugurada a 19 de novembro de 1905, no Chiado, A Brasileira foi criada por Adriano Telles, um ex-emigrante português no Brasil. Com a liberdade conseguida no período pós-implantação da república em 1910, e pela sua localização privilegiada, A Brasileira do Chiado tornou-se um dos cafés mais concorridos de Lisboa na época e foi o cenário de inúmeras tertúlias intelectuais, artísticas e literárias. Escritores e artistas de renome como Fernando Pessoa ou Almada Negreiros encontravam n’A Brasileira do Chiado a inspiração para conceitos e ideias paradoxais.
Foi na Brasileira do Chiado que nasceu o termo «bica», que seria a abreviatura de “beba isto com açúcar”, um incentivo para tornar o café (uma novidade naquela época), mais agradável para os clientes, enquanto lhes criava o hábito e marcava um ritual.
A Brasileira do Chiado mantém intacta a sua identidade, quer pela especificidade da sua decoração, quer pela simbologia que representa por se encontrar ligada a círculos de intelectuais. Classificada, desde 1997, como imóvel de interesse público, é hoje um dos mais antigos e um dos três únicos cafés de Lisboa que atravessaram todo o século XX e se mantêm abertos. A Brasileira do Chiado é, desde sempre, um espaço verdadeiramente icónico da cidade de Lisboa, granjeando o seu posto de destaque entre os locais mais emblemáticos do Chiado, como um dos mais visitados e fotografados de toda a cidade.
A Brasileira do Chiado é uma marca do Grupo O Valor do Tempo, desde março 2020.