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- arquitetura e decoração -

Manómetro de pressão E. Bourdon

Comur Évora

Eugène Bourdon, filho de um comerciante de seda parisiense, nasceu a 8 de abril de 1808 e cedo manifestou uma inclinação para as artes mecânicas, que exerciam sobre ele um fascínio natural quase desde o berço. Depois de uma passagem pela Alemanha para aprender alemão, voltou à sua cidade natal e criou uma oficina de instrumentos científicos, especializada em modelos de máquinas a vapor.

Enquanto procurava um mecanismo para medir a pressão do vapor e do ar no interior de um compressor sem recorrer ao clássico barómetro com cisterna de mercúrio, usou a dobra de um tubo circular de um metal com boas propriedades elásticas, capaz de se distender levemente quando pressurizado e, sobre esse princípio, desenvolveu um manómetro em que qualquer pequena variação de pressão era amplificada por uma alavanca que fazia mover a agulha com maior amplitude, tornando as leituras mais rigorosas. A sua invenção, patenteada a 18 de junho de 1849, acabaria por receber neste mesmo ano uma medalha de ouro na Exposição Universal de Paris, tendo a sua criação sido amplamente usada pela marinha francesa em caldeiras a vapor.

O manómetro de Bourdon tem sido o equipamento mais utilizado para medição de pressão em escalas laboratoriais e industriais desde a sua invenção em meados do séc. XIX. O exemplar que está na Comur em Évora, alojado numa pesada caixa redonda de latão e que data do final do séc. XIX, está incompleto; falta-lhe o mostrador onde estava indicada a escala. Essa perda é uma marca do tempo, do uso e da sua história, como sucede com o icónico Templo de Diana em Évora, mas a marca do seu fabricante está bem estampada, no manómetro e na história da engenharia, de que Monsieur Eugène Bourdon é indiscutivelmente co-autor.