objetos com história
- arquitetura e decoração -
Relógio com moldura de volutas encimado por máscara humana
A Brasileira do Chiado, Lisboa
É difícil conceber o mundo sem medição do tempo, sendo a obsessão milenar do Homem por medir o tempo, em si mesma, intemporal. Aurélio Romero era um “relojoeiro constructor”, com oficina instalada no número 51 da Rua Nova do Almada, na baixa de Lisboa, bem próxima d’A Brasileira do Chiado, durante a primeira metade do séc. XX. Considerado por muitos um guardião do tempo, o seu legado de relógios nos quais mandava aplicar o seu nome, um uso comercial habitual na época como forma de publicitar os seus serviços, conta e guarda histórias numa janela que se abre para o passado.
Na torre em frente do Palácio da Bemposta, no número 50 do Paço da Rainha, em Lisboa, está um relógio assinado por Aurélio Romero, tal como assina também o relógio francês que a fachada do Banco de Portugal em Coimbra ostenta e que foi vendido e montado por este relojoeiro ímpar.
N’A Brasileira do Chiado, manter o relógio que ocupa a parede de fundo, também ele identificado com o seu autor, é uma operação com requintes de precisão de medição de tempo, como se exige: uma vez por semana é aberta a porta de vidro para dar corda ao relógio. Em belíssimo estado de conservação e à prova de modas efémeras, o relógio de Aurélio Romero instalado n’A Brasileira do Chiado mede a cada segundo a passagem do tempo, apesar de o tempo parecer não ter passado por ele.